domingo, 21 de setembro de 2008

Pós–Fácio

Pós–Fácio

Quem leu, não sei se vai chorar ou rir;
Mas vá se danar! Eu quero é dormir.

João Pedro Strabelli

A Vizinha

A Vizinha

Ela nem queria;
Mas o seu marido
Não lhe deu ouvidos:
Mudaram-se um dia.

Depois da mudança,
Bastante cansada,
Viu, emocionada,
A nova esperança.

Que animação!
Nas tardes, sozinha,
Seria vizinha
Do tal Ricardão.

Uma chama acesa!
Um desejo que arde!
Na primeira tarde
Ela viu, surpresa,

Seu desejo traído.
Pois o Ricardão
Caiu de paixão
Pelo seu marido.

João Pedro Strabelli

Letra para uma Valsa Sentimental

Letra para uma Valsa Sentimental

Numa folha de rascunho
Rabisquei de próprio punho
O nome de uma paixão.
E com certeza profunda
Disse que você, Raimunda,
É bela de coração

O verso ficou sem graça,
E essa foi a desgraça
De minha doce ilusão:
Você não entendeu a rima
E me disse, ainda por cima,
Um sonoro palavrão.

Você me deixou sozinho
E ficou com meu vizinho
Pra fazer provocação.
E eu, que era um pobre coitado,
Ficava olhando de lado
Minha doce inspiração.

Mas a vida é sempre bela!
Você se foi, veio ela,
Me olhando de um portão.
Tem por nome Marieta,
Mas depois de sua desfeita,
Não faço mais versos, não.

João Pedro Strabelli

Minha Arte Poética

Minha Arte Poética

Os dias passam porque lhes é dado passar,
E o sol cumpre sua rotina sem se incomodar.
As flores dão suas graças ao ar,
E no dia em que eu falar,
Quem sabe? Sei lá onde vou parar…
Na floresta, no meio do mar…
É lá que vou poemar.
Com ou sem luar.
Minha poesia morreu sem me dar
O fruto do meu pensar.
Restou-me um verso vulgar:
“Forcei a barra, mas o que importa é rimar…”

João Pedro Strabelli

Meu Fracasso

Meu Fracasso

Quis escrever um treco engraçado,
Mas errei na mão.
Ninguém achou graça:
Não tinha palavrão.

João Pedro Strabelli

O Visionário

O Visionário

“Se alguém se mexesse o mundo mudava”
Ouvi um dia no bar.
E logo saí pra rua, berrei, esperneei,
Acusamos todos, fizemos passeatas;
Batemos, apanhamos e nos escondemos
Mas o mundo precisava de conserto.

O mundo rodou.

Fui tomar outra no bar
Quando falaram das árvores caídas,
E dos bichos mortos.
E me mandei pra rua, gritando, xingando,
Chamando todos pra luta.
Fizemos passeatas e até levei um tapa.
Mas tinha que consertar o mundo.

O mundo rodou.

Entre um gole e outro,
Apareceu um menino pedindo dinheiro e comida.
E eu saí pra rua, berrando feito um doido:
“Como é que pode uma coisa dessas?”
Fizemos manifestação monstro.
E até apareci na televisão consertando o mundo.

O mundo roda.

Tava bebericando uma lá em casa
Quando a mulher falou: “Bem, conserta a torneira?”
“Sem essa, mulher;
A salvação do mundo me espera”
E saí pra próxima batalha.

O mundo rodará.

João Pedro Strabelli

Poema (quase) Romântico

Poema (quase) Romântico

enquanto minha barriga cresce
de cerveja e televisão
você só assiste novela
e não me deixa ver o timão
nem parece a mocinha
que um dia me disse não
quando andava de bicicleta
pra ir comprar pão
e derrapava sem jeito
no meio de um areião
de manhã não conversamos
de noite é só discussão
mas reparando suas rugas
me vem uma recordação
de quando éramos quase felizes
morando num barracão
o sol irritava seus olhos
e aquecia meu coração
da chuva vinha a enxurrada
que enlameava o nosso chão
você ficava doida de raiva
e eu ria de montão
as telhas com teia de aranha
e um vazamento sem solução
que você pedia pra eu consertar
e eu era só negação
minha calça encardida
e a gordura do nosso fogão
que você não limpava
e eu brigava com satisfação
hoje brigamos juntos
e não há reparação
uma vez até tentamos
viver em separação
mas a distância não deu certo
e voltamos ao mesmo colchão
você não topa quando eu quero
quando você quer eu digo não
e vamos brigar juntos
até dentro do nosso caixão
este é o eterno destino
de nossa grande paixão

João Pedro Strabelli

O Poeta Torto

O Poeta Torto


A inspiração é um saco
De vez em quando ela vem
Me vê, me chama de bem
Pra ver se não lhe destrato
E como um ser abstrato
Que tem idéias também
Inspira escrever além
Do que acontece de fato
E que eu agora relato
Boas idéias não vem
Só o esculacho sai bem
As meninas vem no ato
Depois de ler não há trato
Romantismo não vêem
E só desprezo me têem.
A poesia é um saco!

João Pedro Strabelli

Poema inglório

Poema inglório

Foi de gozação
Em dois ou três minutos
Fiz um poema fajuto
Em linguagem toda enrolada
Tinha uma piada
Meio mal contada
É que a professora pediu
E a classe toda riu
Uns não fizeram não
Mas eu caprichei na mão
E as rimas
Saíram todas em cima
E nem rimei com verbo em ar
Que a professora falou que não era legal
Faltou umas vírgulas mas não faz mal
Daí que vieram olhar
Epa agora rimou em ar
Mas nesse poema passa
Um só não faz mal
Só que agora sobrou o passa
Que só sei rimar com desgraça
Daí que levaram prum concurso
Que só consegui rimar com urso
E o jurado que leu a poesia
Falou que era a melhor do dia
Tinha traços de modernidade
Aliada com sensibilidade
E muita boa vontade
E saí vencedor
Porque acharam que eu escrevia com amor
Só uma coisa ficou furada
Nessa palhaçada
Ninguém riu da minha piada

João Pedro Strabelli

Prefácio

Prefácio

Ao ocioso leitor incauto
Algumas bobagens dirijo
Se com a qualidade eu falto
É pouca a atenção que eu exijo.
E peço que ao ler ria alto;
Que seu vizinho ouça, exijo.
Se eles comprarem, me exalto:
Eu saio do meu prejuízo.

João Pedro Strabelli

Poe–meus

O que poucos sabem é que A Outra Página começou em torno de uma série de poemas humorísticos que eu fiz para testar uma impressora (era uma matricial de oito pinos, seja lá o que isto signifique). Daí que viram o teste e disseram que eu tinha classe. Não sei se tinha classe para testar impressora ou escrever poemas, mas prefiro acreditar nesta última opção. E já que acharam que era bom, resolvi liberar os textos para leitura. Então, a partir de agora, você pode ler e se divertir à vontade com minhas obras.

Mas, lembre-se: os poemas são livres mas tem dono. Você pode ler de graça, enviar para seus colegas de graça, pode até rir deles de graça. Só não pode usá-los comercialmente. Afinal, se alguém tem que ganhar dinheiro com isso, sou eu, que sou o autor.

E, seguindo o movimento a César o que é de César, sempre que enviar algo copiado da internet para alguém, lembre-se de colocar de onde veio.

sábado, 20 de setembro de 2008

A Outra Página

A Outra Página

Este é um país que não lê.

Este é o país do créu.

Este é o país da linguagem do orkut e do msn (ow, flws, rsrsrsrsrsrs…).


É por isso que criei este blogg.


Faça parte, do grupo de pessoas que mais cresce na internet: o grupo de quem não lê, não escreve e acha a Egüinha Pocotó o máximo.

Faça como eles, não leia
.

Com certeza você fará parte da turma que mais cresce no país.

Quero, ler os Poemas.

Quero, ler os Livros.

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